Dados observacionais sugerem que os alimentos ultra processados podem estar associados a um aumento do risco de síndrome do intestino irritável (SII).
Conforme relatado on-line em 15 de junho, no American Journal of Gastroenterology, Laure Schnabel, da Universidade de Paris e colegas, analisaram dados na internet baseado no estudo NutriNet-Sante, que foi criado para investigar as relações de nutrição e saúde.
A equipe examinou dados sobre dietas de 33.343 dos mais de 160.000 participantes do estudo. Os questionários foram preenchidos on-line e cobriram pelo menos três registros alimentares de 24 horas. A maioria dos participantes (76,4%) eram mulheres; a média de idade foi de 50,4 anos.
Em média, os alimentos ultra processados responderam em peso por 16,0% dos alimentos consumidos diariamente, correspondendo a 33,0% do total de energia ingerida diariamente. Fatores que foram significativamente associados a esse consumo incluem idade mais jovem, menor renda e menor atividade física. Resultados semelhantes foram observados usando o consumo de alimentos ultra processados como uma porcentagem do consumo energético.
Um total de 3516 participantes (10,5%) relataram SII. Após o ajuste, os pesquisadores descobriram que uma proporção maior de alimentos ultra processados na dieta estava associada a uma maior prevalência de SII.
Os pesquisadores observam que os alimentos ultra processados geralmente são acessíveis, altamente comercializados, prontos para comer, com uma longa vida útil.
Os resultados deste estudo fornecem argumentos para a coleta de dados sobre o grau de processamento de alimentos em pesquisas de alimentos, para explorar o consumo de alimentos ultra processados e seu suspeito impacto deletério na saúde. Estudos longitudinais adicionais serão necessários para averiguar a associação observada entre o consumo de alimentos ultra processados e a SII.
Am J Gastroenterol 2018.
Reuters Health Information © 2018
Cite this article: Ultra-Processed Food Intake Might Be Tied to IBS - Medscape - Jul 06, 2018.