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  • Steve Stiles

Condicionamento físico ligado a menos risco de arritmia ventricular tardia


O condicionamento cardiorrespiratório (CCR) nos homens de meia-idade é inversamente proporcional ao risco de arritmia ventricular grave nas décadas subsequentes, independentemente de outros fatores de risco cardiovascular, concluíram pesquisadores com base em um estudo de coorte longitudinal prospectivo.

Estudos anteriores demonstraram a relação entre o condicionamento cardiorrespiratório e o infarto agudo do miocárdio (IAM), o acidente vascular cerebral (AVC), a insuficiência cardíaca e a mortalidade global, mas a análise atual é provavelmente a primeira a mostrar prospectivamente a associação entre a taquicardia ventricular (TV) ou a fibrilação ventricular (FV), observa o artigo publicado on-line em 29 de março no periódico Mayo Clinic Proceedings.

O fato de o condicionamento cardiorrespiratório aeróbico aparentemente proteger contra futuras arritmias potencialmente fatais, e de isso poder ser avaliado clinicamente com facilidade durante o teste de esforço, justifica a mensuração da troca gasosa respiratória na rotina da avaliação do condicionamento cardiorrespiratório do paciente, disse para o Medscape o primeiro autor do estudo, Dr. Jari A. Laukkanen, Ph.D., médico da Jyväskylän yliopisto, na Finlândia.

"O condicionamento cardiorrespiratório deve ser considerado um sinal vital, deve ser aferido na prática clínica, pois pode trazer mais informações para os profissionais de saúde, possibilitando a melhor orientação e tratamento dos pacientes, e incentivando estratégias de estilo de vida que possam reduzir o risco de doença cardiovascular", escreveram Dr. Jari e colaboradores.

Uma limitação da análise, reconhece o Dr. Jari, é que a coorte formada por 2.299 homens que inicialmente tinham entre 42 e 61 anos de idade no Kuopio Ischemic Heart Disease Risk Factor Study , não teve diversidade étnica, nem incluiu mulheres – lacunas que devem ser exploradas nos estudos futuros.

O consumo máximo de oxigênio foi medido ao início do estudo com os participantes tendo média de 53 anos de idade – a média de idade ajustada pelo condicionamento cardiorrespiratório foi 30,2 mL/kg/min.

Um subconjunto de 576 homens escolhidos aleatoriamente foi submetido a uma avaliação do condicionamento cardiorrespiratório 11 anos após a avaliação inicial, o que permitiu a análise para corrigir a variabilidade pessoal dos níveis de condicionamento cardiorrespiratório ao longo do tempo, afirma o artigo.

Durante uma mediana de 25,3 anos até o final de 2013, 73 casos de arritmia ventricular grave, ou seja, episódios de taquicardia ventricular sustentada ou não, ou fibrilação ventricular, foram detectados com uma incidência anual de 1,44 por 1.000 pessoas-ano.

Para serem incluídas na análise, as arritmias tinham de ser documentadas por eletrocardiograma (ECG) no hospital ou na clínica, ou registradas por algum dispositivo implantado para controle do ritmo cardíaco, explicou o Dr. Jari em uma entrevista.

Em vários modelos ajustados, o aumento do condicionamento cardiorrespiratório foi associado à redução do risco de taquicardia e/ou fibrilação ventricular durante o acompanhamento, e os participantes no tercil mais alto de CCR mostraram uma queda significativa do risco em comparação aos participantes no 1º tercil. Isso foi verdadeiro mesmo se a análise fosse ajustada para a variabilidade pessoal do condicionamento cardiorrespiratório ao longo do tempo.

Em geral, o risco de arritmia ventricular não foi significativamente menor para pacientes no 2º tercil de condicionamento cardiorrespiratório em comparação ao 1º tercil.

Dr. Jari Laukkanen e os outros autores informaram não ter conflitos de interesse.

Mayo Clin Proc. Publicado on-line em 29 de março de 2019. Abstract

Citar este artigo: Condicionamento físico ligado a menos risco de arritmia ventricular tardia - Medscape - 27 de mai de 2019.

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