Dor crônica

Por definição, é aquela que persiste por mais de três meses, ou aquela que dura por mais tempo que um processo de cicatrização usual.

Ao contrário da dor aguda, a dor crônica não é apenas um sintoma, mas uma doença. Seu tratamento não responde de maneira adequada à administração isolada de medicamentos analgésicos. Este tipo de dor não está necessariamente ligado a um estímulo causador de dor evidente e pode se apresentar de forma contínua ou intermitente.

A dor pode aparecer espontaneamente mesmo na ausência de aparente estímulo doloroso, como também pode aparecer como uma resposta exagerada em intensidade e prolongada, quando gerada por um estímulo que normalmente não causaria dor; ela passa a interferir nas atividades diárias, levando ao sofrimento pelo aumento gradativo das incapacidades físicas, interferindo na qualidade de vida.

Ocorrem alterações na qualidade do sono aumentando o nível de stress, prejudicando a parte cognitiva e afetando as atividades no trabalho e em casa. Cerca de metade dos indivíduos com dor crônica refere ausência de atividades de lazer, eventos sociais e familiares.

O tratamento deve ser multimodal. Utiliza-se uma combinação de analgésicos e adjuvantes para uma melhor modulação da dor. Os medicamentos utilizados são os analgésicos, os anti inflamatórios não hormonais, os opioides, os anticonvulsivantes, os antiepilépticos, os antidepressivos e anestésicos locais. Outros procedimentos também fazem parte do arsenal de tratamento, como os bloqueios anestésicos, a radiofrequência, a terapia por ondas de choque, a acupuntura, a eletroterapia, rizotomias, etc.

O tratamento da dor crônica deve ter abordagem multidisciplinar. A reabilitação, a atividade física, a psicoterapia também fazem parte do tratamento, com o objetivo de melhorar o sofrimento e a qualidade de vida, maximizando a função e mantendo a dor sob controle, minimizando os efeitos colaterais do uso de medicamentos.