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Seus sonhos mais estranhos podem estar te deixando mais inteligente

Elizabeth Millard / Medscape




"Tive um sonho estranho essa noite!" É uma frase comum para pessoas cujas experiências as levam a lugares que ultrapassam a imaginação quando acordadas. E isso ocorre por um bom motivo, de acordo com o neurocientista Dr. Erik Hoel, Ph.D., da Tufts University, nos Estados Unidos.

Sonhos estranhos servem um propósito importante, diz ele, e ajudam o cérebro a entender as experiências do cotidianas de uma forma que permite um aprendizado mais profundo. Os humanos, sugere ele em um estudo recente , na verdade expandem a própria capacidade cerebral de uma maneira muito semelhante a como os sistemas de inteligência artificial (IA) são treinados para se tornarem mais inteligentes.

Na verdade, os cientistas estão usando redes neurais de aprendizado profundo para treinar sistemas de inteligência artificial.

Mas, quando um sistema de inteligência artificial fica muito familiarizado com os dados, ele pode simplificar demais sua análise, tornando-se um "cérebro superdimensionado", que presume que o que vê é uma representação perfeita do que encontrará no futuro.

Para combater o problema, os cientistas introduzem um grau de caos e randomização em seus dados para aprofundar o aprendizado de máquina e aumentar a precisão dos sistemas de inteligência artificial.

Da mesma forma, "nossos cérebros são tão bons em aprender que sempre corremos o risco de ser superdimensionados", adverte o Dr. Erik. Isso pode levar a percepções excessivamente simplistas e familiares do mundo ao nosso redor. Sem demora, assim como no treinamento de inteligência artificial, nossos cérebros introduzem o caos enquanto dormimos, o que muitas vezes assume a forma de sonhos estranhos.

"A própria estranheza dos sonhos e a maneira como divergem da experiência de vigília nos indica que deve haver uma função biológica por trás deles", disse o Dr. Erik.

"Nossa experiência com redes neurais profundas, que são inspiradas na função cerebral, nos dá uma possível pista sobre por que isso acontece."

Esta teoria é interessante, afirma o Dr. Christopher Winter, médico da Charlottesville Neurology and Sleep Medicine, nos EUA. No entanto, ele não sabe como os cientistas poderão provar isso algum dia.

Tornou-se rotina para os neurocientistas examinarem a atividade neural durante o sono, mas capturar sonhos para que possam ser avaliados apresenta desafios óbvios.

Os sonhos são avaliados principalmente por meio das recordações, reconhece o Dr. Erik. A maioria das pessoas se lembra apenas de fragmentos de seus sonhos, e geralmente apenas das partes que ocorrem logo antes do despertar.

Um possível passo para os pesquisadores seria quantificar o "quociente de estranheza" dos sonhos, sugere o Dr. Christopher. Uma definição melhor de "peculiar" poderia fornecer um insight sobre o papel que os sonhos desempenham na aprendizagem.

Ele se pergunta se os sonhos de pessoas com doença de Alzheimer , por exemplo, são tão incomuns quanto os de pessoas sem declínio cognitivo.

Mas, mesmo que o estudo dos sonhos esteja além da tecnologia atual, a teoria do Dr. Erik sugere que o cérebro é mais maleável e capaz do que se pensava, aponta o Dr. Christopher.

E a neurociência chegou mais perto do estudo dos sonhos do que muitas pessoas pensam, destacou o Dr. Erik.

Uma maneira confiável de integrar a experiência da vida real em um sonho é realizar uma nova tarefa repetidamente antes de dormir, explicou ele. Este processo desencadeia um ajuste maior do que o normal e, durante o sono, o cérebro criará sonhos peculiares que incorporam o conhecimento recém-adquirido.

A maneira como o cérebro se vale do cotidiana poderia um dia ser aplicada para introduzir sonhos artificiais, a fim de aumentar a capacidade de aprendizado de quem dorme. Os sonhos artificiais podem até ajudar a minimizar os efeitos prejudiciais da privação de sono.

Assim, enquanto o Dr. Erik explora a ideia de aproveitar o devaneio da mente em repouso, ele recomenda que as pessoas continuem compartilhando seus sonhos, mesmo os mais doidos.


Patterns (N Y). 2021;2:100244 .

Seus sonhos mais estranhos podem estar te deixando mais inteligente - Medscape - 17 de junho de 2021.

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